Se, ao pensar na casa própria dos seus sonhos, você idealiza um imóvel com uma vista deslumbrante para uma área verde, saiba que esse tipo de visual pode encarecer o valor dos lançamentos imobiliários.
De acordo com o presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação e Condomínios de São Paulo), João Batista Crestana, essa variação pode chegar a 10%, de acordo com o tamanho do imóvel.Essa diferenciação ocorre, principalmente, por conta da demanda: "A vista desimpedida tem preço mais caro, porque é mais fácil vender", destaca o presidente.
Percepção da diferença
A gerente geral de Locação e Vendas da Lello Imóveis, Roseli Hernandes, explica que essa diferença de valor entre uma unidade que possui vista para o verde e a que não possui é perceptível nos lançamentos.Isso porque eles costumam ter o preço fixado em tabela, levando em conta o que cada unidade oferece, desde o andar em que o apartamento se localiza até o fator da vista. Além disso, existe base comparativa, já que todos os apartamentos estão com a mesma condição de conservação, e não pesa em seus valores a variação por conta de um piso diferenciado, um azulejo, uma pintura ou móveis.
Usados
Já em relação aos usados, seja para locação, seja para venda, Roseli aponta que a variação de preço não é fácil de perceber. Isso porque outros quesitos interferem no valor do imóvel, como o acabamento, conservação e idade do prédio.A variedade de quesitos que interferem no preço também é afirmada por Crestana, o qual ainda acrescenta que o fator mais preponderante na escolha do consumidor é o custo e o que disponibiliza o condomínio do edifício. De acordo com Roseli, outro fator da imperceptibilidade é a existência de poucas unidades para vender ou alugar em cada edifício, o que leva a uma ausência de base comparativa se o imóvel é mais caro ou não. Além disso, o preço - tanto quanto a forma de pagamento - de cada imóvel também sofre influência da negociação entre as partes interessadas, o que leva o valor a se moldar, também dificultando a verificação do percentual variante.
Aumento na velocidade do negócio
Entretanto, ainda assim, a gerente destaca que uma vista maravilhosa tende a influenciar nos negócios de imóveis usados, pois, ao chamar mais a atenção do consumidor, acelera a velocidade de locação e venda do imóvel.O presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo), José Augusto Viana Neto, concorda com Roseli e expõe que "o grande diferencial nos usados está na velocidade de liquidez, pois a vista é um atrativo muito forte que acelera a venda".
Alto e baixo padrão
Para Viana, em qualquer tipo de habitação, seja a de alto padrão, seja a popular, a vista para o verde facilita a venda. "Entretanto, nos imóveis de alto padrão, esse diferencial tende a causar maior influência", declara.Isso porque, explica Viana, as pessoas com renda maior são mais suscetíveis a dar preferência à vista, enquanto entre as pessoas de baixa renda o preço tem uma importância que se sobrepõe. Porém, o presidente do Secovi-SP detém outro ponto de vista: "o ser humano é igualzinho, independentemente da renda. Todos têm o mesmo tipo de sentimento". Crestana destaca que não é difícil para a classe baixa adquirir uma vista para área verde, tendo opções em bairros como o Jaraguá (onde se localiza o Pico do Jaraguá) e o Tatuapé (local do Parque do Piqueri).
Valorização
Para o presidente do Creci-SP, a vista verde atrai porque é natureza e todos gostam de contemplá-la: "As pessoas esperam o fim de semana para ir a um parque e observar o verde". Ele ainda destaca que essa é uma atividade que tranqüiliza e proporciona sensações que têm um forte apelo. "São Paulo ainda tem sorte de manter algumas áreas, pois as regiões verdes são cada vez mais escassas", alerta. Crestana concorda com o presidente do Creci-SP e afirma que São Paulo até possui alternativas, mas a maioria das regiões é desprovida de ambientes com muita flora. "Brasília, por exemplo, que possui muito verde, dá menos valor para essas áreas", esclarece. Assim, por conta da escassez, a tendência é que as áreas verdes sejam preservadas e ainda mais valorizadas no futuro, destaca Viana, pois as pessoas estão se conscientizando da sua importância para a qualidade de vida.
Por: Equipe InfoMoney21/10/08 - 17h49 InfoMoneySÃO PAULO -
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